Os meses de Verão são meses de festa pelo país e Amarante não é exceção. Para lá dos Santos Populares, que também são celebrados em todo o concelho, temos as Festas do Junho – em honra de S. Gonçalo -, a Festa à Moda Antiga – já no final de junho – e julho ainda traz a Festa Amarantina. E este ano o MIMO regressa a Amarante, de 19 a 21 de julho. Durante o mês de agosto, há festa por todo o concelho. São momentos de convívio e diversão para muitos e de trabalho para muitos outros.
Foi a pensar em quem trabalha – antes, durante e depois – enquanto a maior parte de nós se diverte, que fomos ver e falar com os “invisíveis” das Festas, na reportagem O Junho que ninguém vê: “Aquelas e aqueles que, nos bastidores, garantem que tudo fica pronto a tempo da festa. Os que planeiam e os que coordenam. Os que montam tendas e bancadas, martelam e vendem um pouco de tudo. Os que depois desmontam e limpam”. É uma reportagem sobre as Festas do Junho, mas não seria muito diferente se olhássemos para outra qualquer.
Como tem sido hábito nas últimas edições, fomos procurar a Memória das Festas do Junho nas páginas do jornal Flor do Tâmega: Romaria ou Festa; de S. Gonçalo, da Vila, da Cidade ou do Junho. Esta brevíssima incursão “deixa-nos uma ideia da relevância que esta celebração foi tendo na vida de Amarante e da articulação da sua dimensão religiosa com a da cultura popular e erudita”.
Dar espaço e visibilidade a quem está nos bastidores não foi feito com o intuito de nos constranger na folia. De todo. Mas que nos faça pensar nas horas e na energia que não vemos, mas que tantos investem. No facto de que a nossa folia é o ganha pão de muitos. E que também podemos ajudar à Festa: com alegria e boa disposição; gastando o dinheiro que pudermos; com a educação de pedir um fino “por favor” e agradecê-lo com um “obrigada”; e sabendo o lugar do lixo. Porque uma comunidade civilizada não é aquela que tem recursos para empregar quem limpe o que alguns deitam ao chão. Uma comunidade civilizada é aquela em que estas pessoas não são precisas, porque todos sabemos o que fazer com o lixo.