Há um ano, a Flor do Tâmega – em versão revista – estreou-se com um trabalho sobre os efeitos das alterações climáticas: as cheias em Amarante e previsões para as próximas décadas. Um ano depois, voltamos ao ambiente, com uma reportagem sobre a prevenção de incêndios na serra do Marão.
Foram 12 reportagens sobre temas diversos, em vários locais de Amarante e ouvindo diferentes pessoas. Fazemos um balanço positivo, mas há ainda espaço para progredir. Seguindo os princípios de transparência do “jornalismo lento”, vamos partilhar – brevemente – com os nossos leitores um pequeno relatório de atividades, onde queremos também dar conta de alguns planos para o próximo ano.
A História de maio, da autoria da Maria Cláudia Monteiro, traça o retrato do plano de arborização do Marão, implementado na sequência do grande incêndio de setembro de 1985 e considerado modelo em Portugal, pelo recurso à técnica do fogo controlado. Conta-nos também como funciona o baldio de Aboadela, o segundo maior do concelho de Amarante.
Na secção de Memória, relembramos o incêndio de 1985, a partir das edições do jornal Flor do Tâmega. Mais uma vez, contámos com a colaboração do Arquivo Municipal de Amarante, para podermos mergulhar nas páginas que retrataram o acontecimento e nos trazem recordações de pessoas e nomes de um passado recente. Percebe-se, curiosamente, que muitos dos temas e problemas assinalados na altura permanecem atuais: a necessidade de mais recursos para os bombeiros; a articulação de meios no terreno; ou até a sensação de impotência perante a possibilidade de intenção criminosa na origem do incêndio.
A escolha deste tema teve uma motivação: temos à porta o tempo quente, em que habitualmente se multiplicam os fogos e somos confrontados com imagens de perigo, destruição e desespero. Pareceu-nos, por isso, oportuno trazer o assunto à discussão.
Entretanto, na altura em que este Editorial é publicado, Amarante já mexe com as Festas do Junho. Vão ser dias de boa disposição, música e dança, convívio e reencontros para muitos amarantinos: os que vivem no concelho e os que regressam nesta altura para matar saudades. Que sejam também dias em que possamos viver a Festa em Comunidade, com respeito por todos e por cada um, com a consciência de que viver assim é um privilégio do qual não queremos abdicar.