Autárquicas 2025 Para que serve o nosso voto?

As eleições autárquicas carregam o cunho da proximidade e são aquelas a respeito das quais já todos ouvimos dizer “que se vota mais nas pessoas e menos nos partidos”. É verdade que no “porta-a-porta” geralmente conhecemos quem nos pede apoio. Mas pensar que os partidos contam pouco é um equívoco, já que o método de contagem de votos pode favorecer uns em detrimento de outros.

No próximo domingo, 12 de outubro, levamos três boletins para a cabine de voto. Um serve para eleger a Assembleia de Freguesia (AF) e o presidente da Junta, outro apura a constituição da Assembleia Municipal (AM) e o terceiro o presidente da Câmara e o seu Executivo. Nestas eleições, os amarantinos vão a votos para eleger um presidente da Câmara mais seis vereadores, 27 deputados para a AM e 26 presidentes de Junta e Assembleias de Freguesia. Menos claro pode ser o modo como os votos se traduzem em mandatos e que poderes estamos a atribuir a quem elegemos.

O presidente da Junta é eleito diretamente no sufrágio: encabeça a lista mais votada para a AF, que é constituída pelo método de Hondt. E é deste órgão que vai sair o Executivo (vogais). Logo na primeira reunião, “instalada” a Assembleia, o presidente da Junta eleito coordena os trabalhos e leva  a votação a sua proposta de Executivo (vogais). Apurados os vogais, há que preencher os lugares deixados vagos pelos membros da Assembleia que acompanham o presidente. De seguida, é eleito o presidente da Assembleia de Freguesia. Em Amarante, este procedimento repete-se nas 26 freguesias que vão a votos, ainda que Ansiães tenha uma particularidade: apenas concorre uma lista independente.

A eleição do presidente da Câmara tem um funcionamento diferente. Os votos deste boletim servem para constituir o Executivo, que em Amarante corresponde a sete mandatos, pelo método de Hondt. O primeiro candidato a ser apurado é o presidente da autarquia, seguindo-se os restantes seis vereadores, que – depois de eleitos – não têm dependência hierárquica do presidente da Câmara ou do partido pelo qual foram a votos.

A AM também é constituída pelo método de Hondt, e – à semelhança do que acontece na Assembleia da República e numa AF – o presidente é votado por todos, por proposta de qualquer partido. Há um aspeto relevante: por inerência, têm assento na AM os presidentes de Junta. Isto significa que, em Amarante, que tem 49 846 eleitores, este órgão é constituído por 27 deputados e 26 presidentes de Junta. Quer isto dizer que o mapa político desenhado pela eleição das Juntas de Freguesia tem um impacto considerável na forma como vai ser determinado o peso de cada partido na Assembleia Municipal.

O que é e como funciona o método de Hondt?

É o método de alocar os representantes eleitos para órgãos colegiais mais comum em Portugal e em outros países. Pode ficar a saber mais sobre este algoritmo na página que lhe dedica a Wikipedia ou vendo este explicador da RTP, mas a ideia central é a de converter votos em lugares num órgão, dividindo sucessivamente os votos em cada partido ou candidato por 1, 2, 3, 4, etc., e atribuindo os mandatos aos maiores resultados, até preencher todas as vagas disponíveis. Mantém uma relação proporcional entre votos e mandatos (partidos mais votados tendem a ter mais lugares), mas pode acabar por favorecer os partidos maiores, porque as divisões sucessivas acabam por reduzir mais rapidamente os resultados dos partidos pequenos.
Vejamos uma simulação, para o apuramento do executivo camarário em Amarante, considerando os sete mandatos que estão em jogo e cinco partidos. Como se pode verificar na tabela, os sete valores mais altos ficam entre os partidos A, B e C. O cabeça de lista do partido A é o primeiro a ser apurado e será o presidente da Câmara; a seguir são apurados os cabeças de lista dos partidos B e C e o segundo da lista A; com 8500, é apurado o segundo da lista B e o executivo fecha com os terceiros das listas dos partidos A e B.

PartidosPartido APartido BPartido CPartido DPartido E
Votos apurados20 00017 00010 0002 0001 000
120 00017 00010 0002 0001 000
210 0008 5005 0001 000500
36 666,675 666,673 333, 33666, 67333,33
45 0004 2502 500500250
54 0003 4002 000400200

Isto significa que os partidos D e E ficam sem qualquer vereador no executivo e que o partido C, apesar de ter metade dos votos do partido A, fica apenas com um vereador.

Quando elegemos o presidente da Câmara de Amarante estamos a decidir mais do que isso.  Definimos, por exemplo, quem vai representar o município na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa e nas empresas em que a autarquia tem participação como acionista, como é o caso das Águas do Norte. É no âmbito das CIM que são tomadas decisões com grande impacto no território – incluindo a gestão de verbas comunitárias – sendo por isso muito relevante esta competência dos presidentes de Câmara.

Áreas de intervenção da CIM do Tâmega e Sousa

Na CIM do Tâmega e Sousa têm assento 11 municípios, que aí procuram articular-se naquilo que são os seus interesses comuns. Mas é também o lugar onde cada município pode fazer valer as necessidades do seu território. Tem Estatutos próprios e funciona no quadro do estabelecido pela Lei n.º 75/2013

As competências de uma CIM são vastas e as do Tâmega e Sousa organizam-se em sete áreas de intervenção: ambiente, cultura, educação, inclusão social, mobilidade e transportes, negócios e empresas e turismo.

Para ficar a conhecer melhor a importância da participação de Amarante na CIM do Tâmega e Sousa, destacamos aqui algumas das suas competências:

Ambiente
Definir a norma de transposição dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal para os Planos Diretores Municipais junto das câmaras municipais, preparar as propostas de normativos para a transição dos PROF para os PDM;
Vigilância armada, primeira intervenção em incêndios rurais, apoio a operações de rescaldo e vigilância ativa pós-rescaldo.


Educação
Apoiar a reabilitação e manutenção de equipamentos escolares e desportivos;
Planear e propor prioridades na oferta de cursos de formação profissional a nível intermunicipal em articulação com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P., e a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P.


Inclusão social
Participar na promoção e propor a constituição, organização e funcionamento de estruturas de atendimento que assegurem, de forma integrada e com caráter de continuidade, o atendimento, apoio e reencaminhamento personalizado das vítimas de violência doméstica e seus filhos menores ou maiores com deficiência na sua dependência, tendo em vista a sua proteção e assistência.

Mobilidade e transportes
Financiamento do serviço público de transporte de passageiros, bem como das redes, equipamentos e infraestruturas a estes dedicados e financiamento das obrigações de serviço público e das compensações pela disponibilização de tarifários sociais bonificados determinados pelos órgãos da CIM do Tâmega e Sousa.

Negócios e empresas
Definir, implementar e monitorizar programas de captação de investimento produtivo empresarial de dimensão sub-regional, incluindo a participação nos processos de apoios, no que se refere à vertente subregional, na análise de candidaturas, na aplicação de critérios de seleção e na elaboração de proposta de seleção das candidaturas a financiar;



Quem manda em quê: as competências das Juntas e da Câmara

Nem sempre é fácil distinguir as áreas de competência das Juntas de Freguesia e das Câmaras Municipais. Além disso, há a considerar a transferência de responsabilidades para as Juntas, por vezes sem o necessário financiamento suplementar. Esta possibilidade está prevista na Lei, ocorre pela celebração de “acordos de execução” e abarca áreas de atuação diversas e com impacto na vida diária dos cidadãos, como estas: gerir e manter espaços verdes; limpar as vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros; manter, reparar e substituir o mobiliário urbano instalado no espaço público; manter feiras e mercados; realizar pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico e manter os espaços envolventes destes estabelecimentos. São também transferidas competências ao nível da fiscalização, desde a ocupação da via pública até à realização de acampamentos, fogos e queimadas. 

A distribuição de funções entre os órgãos legislativos e executivos autárquicos é definida pela Lei n.º 169/99 com as alterações introduzidas pela Lei 75/2013 e outra legislação aplicável. Entre o que compete às juntas de freguesia, há atribuições que vale a pena destacar de uma longa lista que foi crescendo ao longo dos anos: aprovar operações urbanísticas em imóveis; participar na elaboração dos planos municipais de ordenamento do território; participar, em colaboração com IPSS, em programas e iniciativas de ação social; apoiar atividades de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra de interesse para a freguesia; emitir parecer sobre a denominação das ruas e praças; colaborar com a autoridade municipal de proteção civil na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe; conservar os abrigos de passageiros existentes na freguesia; gerir, conservar e limpar balneários, lavadouros e sanitários públicos; gerir e manter parques infantis públicos e equipamentos desportivos de âmbito local; conservar e reparar chafarizes e fontanários públicos; colocar e manter as placas toponímicas; conservar e reparar a sinalização vertical não iluminada instalada nas vias municipais; manter e conservar caminhos, arruamentos e pavimentos pedonais; gerir, conservar e limpar cemitérios propriedade da freguesia; fornecer material de limpeza e de expediente às escolas do 1.º ciclo do ensino básico e aos estabelecimentos de educação pré-escolar; registar e licenciar canídeos e gatídeos; administrar ou utilizar baldios, sempre que não existam assembleias de compartes; executar as operações de recenseamento eleitoral; licenciar a venda ambulante de lotarias, arrumadores de carros e atividades ruidosas de caráter temporário relacionadas com festas populares, romarias, feiras, arraiais e bailes.

Edifício da Câmara Municipal de Amarante. Fonte: site da CMA/DR.

Quando comparamos estas competências com as do executivo municipal, percebemos que há áreas de partilha de responsabilidades, como a educação, obras ou a manutenção das estradas, ainda que com uma diferença: às Juntas cabe mais gerir e manter, mas não têm grande poder de iniciativa ou decisão no que toca a construir equipamentos ou implementar serviços de raiz. Isto acontece por via do que a Lei estabelece, mas também pela falta de recursos operacionais.

Mas há a destacar algumas atribuições específicas e relevantes das Câmaras, como estas: fixar os preços da prestação de serviços ao público por serviços municipais ou municipalizados; assegurar a integração da perspetiva de género em todos os domínios de ação do município, através da adoção de planos municipais para a igualdade; apoiar atividades de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa de interesse para o município, incluindo aquelas que contribuam para a promoção da saúde e prevenção das doenças; participar na prestação de serviços e prestar apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade; ordenar a demolição total ou parcial ou a beneficiação de construções que ameacem ruína ou constituam perigo para a saúde ou segurança das pessoas; criar, construir e gerir instalações, equipamentos, serviços, redes de circulação, de transportes, de energia, de distribuição de bens e recursos físicos integrados no património do município ou colocados, por lei, sob administração municipal; assegurar, organizar e gerir os transportes escolares; deliberar no domínio da ação social escolar, no que respeita a alimentação, alojamento e atribuição de auxílios económicos a estudantes; capturar, alojar e abater canídeos e gatídeos; deliberar sobre a deambulação e extinção de animais considerados nocivos; nomear e exonerar o conselho de administração dos serviços municipalizados; deliberar sobre o estacionamento de veículos nas vias públicas e demais lugares públicos; deliberar sobre a administração dos recursos hídricos que integram o domínio público do município;  e propor a declaração de utilidade pública para efeitos de expropriação.

Muito do que faz parte do nosso quotidiano funciona com responsabilidades partilhadas entre Juntas e Câmaras e nem sempre é fácil – para os eleitores e até para os próprios autarcas – distinguir no imediato e de forma clara o que compete a quem. Em Amarante, numa freguesia como a de UF de São Gonçalo, Madalena, Cepelos e Gatão, que corresponde ao chamado ‘centro urbano’, tem 10 672 eleitores (de longe a maior do concelho, seguida da União de Freguesias (UF)  de Vila Meã, com 4 332) e onde se concentra a maior parte dos serviços do concelho, essa distinção será ainda mais difícil.

Referimos aqui apenas algumas das competências das Câmaras, mas ilustram bem a relevância do papel de quem lidera um executivo. Ainda assim, em 2021, não quiseram escolher o presidente da câmara 38,15% dos eleitores amarantinos, com um número considerável de freguesias a registarem valores de abstenção ainda mais elevados: Ansiães (50,09%), Fregim (43,22%); Telões (40,67%); UF de São Gonçalo, Madalena, Cepelos e Gatão (41, 41%); Uf de Bustelo, Carneiro e Carvalho de Rei (44%); UF de Figueiró (Santiago e Santa Cristina) (44,89%); e a UF de Freixo de Cima e de Baixo (45,56%).

Os candidatos a presidente da Câmara ouvidos pela Flor do Tâmega defendem a importância do cargo e da participação eleitoral. Para Sónia Monteiro, que concorre pelo Chega (CH), “os amarantinos devem ir às urnas, porque a política local é onde tudo começa e é na Câmara Municipal que se decide aquilo que afeta a vida de todos e todos os dias”. Destaca ainda que “o presidente da Câmara é a figura que lidera, não é apenas um gestor — é alguém que define prioridades, que escolhe onde investir e que tem a responsabilidade de servir toda a população, de forma justa, próxima e transparente”. E coloca a tónica no voto como o exercício de um direito: “Ir votar é exercer poder. Ficar em casa é deixar que os outros decidam por nós”.

Também António Duarte, cabeça de lista da CDU, defende que ir às urnas a 12 de outubro é “exercer a cidadania e participação democrática”. Apela que os amarantinos vão “escolher o que, na opinião de cada um, sirva melhor os interesses de Amarante” e reforça que a “importância do cargo” está no facto de a Câmara Municipal ser a “instituição com mais poder no concelho” e caber “ao presidente eleito a maior responsabilidade em termos de representação da autarquia”.

O candidato do Bloco de Esquerda, Nuno Freitas, relembra que “votar, e em liberdade, foi algo que esteve arredado dos portugueses durante 48 anos”. “Muito tempo, tempo demais”, desabafa. “Por isso mesmo”, continua, “amarantinos ou outros de outras terras devem votar e em consciência, informando-se sobre os programas das forças partidárias e do que elas propõem fazer pela sua terra. E, então, exercerão o seu direito, que lhes foi sonegado durante tanto tempo, em liberdade e em consciência”. E configura o voto não só como um direito, mas como um dever: “Em democracia, em liberdade, decide-se através de eleições, que é um direito constitucional e, como tal, é um dever de todos os cidadãos escolherem através do voto aqueles que querem que os governem”.



Justiça eleitoral: entre a proporcionalidade e a representatividade

Já aqui falámos do método de Hondt, a fórmula usada para a constituição dos órgãos autárquicos. Baseia-se no critério da proporcionalidade – a ideia de que os partidos mais votados devem ter mais lugares -, mas pode levantar problemas de representatividade. A simulação que apresentámos para Amarante ilustra a forma como partidos menos votados podem ficar fora dos órgãos. Ou seja, muitos eleitores ficam sem alguém que os represente e – ao nível de uma autarquia – milhares de votos são desperdiçados. Já tratámos este assunto na Flor do Tâmega, a propósito de António Cândido e da reforma do sistema eleitoral, com dados das eleições legislativas de 10 de março de 2024.

Este cenário pode explicar em parte a abstenção, que é um fenómeno complexo. E também pode ser uma variável a equacionar na hora de os partidos decidirem onde vão investir recursos na constituição de listas. O Livre (L)  confirmou-nos que, nestas autárquicas, não tem qualquer candidatura em Amarante e não conseguimos encontrar listas da Iniciativa Liberal (IL).

O candidato do BE , Nuno Freitas, estabelece essa relação: “Será importante pensarmos nos votos desperdiçados e encontrar uma fórmula de lhes serem atribuídos mandatos através dum círculo nacional, que seria mais justo e até traria mais gente a votar, pois baixaria a abstenção, uma vez que todos os votos contavam, o que não se passa agora”. E continua, em tom crítico: “Pensa-se e diz-se que este método é um sistema mais favorecedor dos partidos mais pequenos, mas tal não acontece. Ele é mais vantajoso para os partidos maiores. Há outros métodos, como o de Sainte-Lague, esse sim favorece os partidos menores”. Mas assume que “à falta de outro que gere consenso político-partidário será esse que teremos”. E remata: “É este que temos e para já continuará”. 

Sobre o uso do método de Hondt, a candidata do Chega, Sónia Monteiro, considera que “tenta dar lugar a todas as forças políticas de forma justa, embora tenda a beneficiar as listas mais votadas”. E acrescenta: “Pessoalmente, acredito que, num contexto autárquico, onde a proximidade às populações é essencial, seria importante refletir se há espaço para maior equilíbrio e representatividade. Há realidades locais muito diversas — freguesias com preocupações distintas — e nem sempre o método atual consegue representar essa diversidade com total justiça”.

Já António Duarte, o candidato da CDU à Câmara de Amarante, considera que o sistema atual é o mais adequado: “Concordamos com o método Hondt. Por enquanto, ainda não conhecemos outro mais democrático que este”. Mas alerta para outra realidade: “Julgo que devíamos estar preocupados com o facto de o número de vereadores ter diminuído em Amarante. Como sabemos,  isso acontece porque foi um concelho que perdeu população.” 

Nas autárquicas de 2021, Amarante contabilizou 50 045 eleitores, o que lhe deu direito a eleger um executivo camarário com nove vereadores. Quatro anos depois, ficando abaixo dos 50 000 eleitores (com 49 846), elege sete. Se olharmos para a distribuição de mandatos pelas assembleias de freguesia, percebemos que a amplitude dos intervalos estabelecidos pela Lei pode criar situações discrepantes.

FreguesiaEleitoresMandatos
Ansiães5317
Candemil6797
Fregim23239
Fridão6577
Gondar14509
Jazente5597
Lomba8147
Louredo6257
Lufrei15349
Mancelos28989
Padronelo6957
Rebordelo2397
Salvador do Monte8577
Gouveia (São Simão)5367
Telões37979
Travanca18149
Vila Caiz25779
Vila Chã do Marão8337
União das freguesias de Aboadela, Sanche e Várzea15669
União das freguesias de São Gonçalo, Madalena, Cepelos e Gatão1067213
União das freguesias de Bustelo, Carneiro e Carvalho de Rei7827
União das freguesias de Figueiró (Santiago e Santa Cristina)36899
União das freguesias de Freixo de Cima e de Baixo32199
União das freguesias de Olo e Canadelo5147
União das freguesias de Vila Meã43229
União das freguesias de Vila Garcia, Aboim e Chapa16649

Distribuição de mandatos pelas 26 assembleias de freguesia. Fonte: Comissão Nacional de Eleições.

A Lei estabelece que “a assembleia de freguesia é composta por 19 membros quando o número de eleitores for superior a 20 000, por 13 membros quando for igual ou inferior a 20 000 e superior a 5000, por 9 membros quando for igual ou inferior a 5 000 e superior a 1 000 e por 7 membros quando for igual ou inferior a 1 000”. Assim, temos Rebordelo, com 239 eleitores e sete mandatos, mas freguesias com mais do triplo dos eleitores, como a Lomba (814), Salvador do Monte (857) ou Vila Chã do Marão (833), mantêm o mesmo número de mandatos. Da mesma forma, a UF de São Gonçalo, Madalena Cepelos e Gatão, a que tem mais eleitores no concelho (10 672), tem mais do dobro da segunda maior (UF Vila Meã, com 4 322), mas não tem o dobro dos mandatos. Claro que há bons motivos para que este apuramento não seja diretamente proporcional, sendo o nosso propósito aqui apenas o de ilustrar o impacto que, à luz da Lei atual, tem o número de eleitores e o decréscimo populacional.

No próximo domingo, dia 12 de outubro, os amarantinos têm a oportunidade de eleger os seus órgãos de governo local. Há informação disponível sobre todo o processo eleitoral no site da Câmara Municipal de Amarante, incluindo a localização das secções de voto. Uma forma rápida de saber onde votar é através deste site do Ministério da Administração Interna e do gov.pt. No dia, depois de fecharem as urnas, há muitas formas de ir acompanhando os resultados e saber quem vai estar ao leme da sua freguesia ou município nos próximos anos. A RTP presta este serviço, para quem gosta de ver os números e comparar resultados. 



As prioridades dos candidatos a presidente da Câmara


Perguntámos aos candidatos a presidentes da Câmara qual seria a sua primeira medida como autarcas, caso fossem eleitos. 

Sónia Monteiro, que concorre pelo CH, defende a realização de “uma auditoria interna completa à Câmara Municipal — financeira, contratual e operacional”. Para a candidata, “não se pode mudar aquilo que não se conhece a fundo” e explicita: ”Quero saber exatamente como estão a ser usados os recursos da Câmara, que contratos existem, que prioridades foram assumidas, e o que pode ser corrigido desde o primeiro dia. Essa transparência será a base para todas as outras decisões. Só assim poderemos traçar um caminho de confiança, com rigor, justiça e respeito pelo dinheiro dos contribuintes.”

O candidato do BE, Nuno Freitas, caso seja eleito, dará prioridade à suspensão da obra prevista para a Alameda Teixeira de Pascoaes, situada no centro, em frente ao edifício da Câmara: “Seria proibido pensar em tal destruição! Por tudo e por mais alguma coisa. Pois em termos de benefício e custo ninguém nos provou a necessidade dessa obra! Mais, a maioria da população amarantina nem sabe o que se está a cozinhar. É de pasmar! A população fica de boca aberta e nós também”.

António Duarte, pela CDU, quer garantir a construção de uma ponte sobre o Tâmega: “A nossa grande prioridade, em termos de visão estratégica de futuro, será a construção de uma ponte em Fridão, para romper com o marasmo e proporcionar mais qualidade de vida às populações afectadas ao longo dos tempos”. E sabe que se trata de uma obra que só poderá realizar-se por iniciativa do Governo: “O presidente [da Câmara] terá de estabelecer contactos com a administração central e garantir fundos comunitários de modo a que seja possível esse equipamento”.


Nota: a Flor do Tâmega contactou todos os candidatos a presidente da Câmara de Amarante, mas apenas os três citados responderam às nossas perguntas.

Flor do Tâmega
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