O futuro da Aboboreira passa por reflorestar melhor aquilo que o fogo destruiu

Mais de um mês depois do incêndio que, entre 17 e 19 de setembro, consumiu a Serra da Aboboreira, a chuva já lavou o cheiro a queimado. Só que as marcas da devastação continuam bem visíveis: nesses três dias, ardeu 40% da área de Paisagem Protegida Regional (PPRSA). O caminho para alcançar esta classificação foi longo e não há como não sentir desalento perante a destruição causada pelo fogo. Ainda assim, há vontade de encarar a tragédia como uma oportunidade para reflorestar melhor. O açafrão bravo que já vai cobrindo o chão é um sinal de que a natureza está a regenerar-se. Há esperança para a Aboboreira?

O crescimento de açafrão bravo indica que a destruição provocada pelo fogo ocorreu nas camadas mais superficiais do solo. Foto: Mariana Sá/DR

É preciso intervir na estrutura da floresta, para ela ser capaz de se defender a si própria”, defende João Honrado. Depois de um incêndio, a intervenção não pode tardar, mas muitas vezes tarda. “Já participei em projetos na Galiza e lá é diferente, porque há a obrigação legal de recuperar a floresta, logo a seguir. Em Portugal há a possibilidade de o fazermos, mas não é obrigatório”, desabafa Joaquim Alonso. “Podemos ter uma ideia muito aproximada do impacto de um incêndio através da informação por satélite. Mas é essencial vir ao terreno, para confirmar as observações e descobrir outras coisas”, explica João Gonçalves. Estes três investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, acompanharam o processo de classificação da Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira e têm agora a tarefa de ajudar a Associação de Municípios do Douro e Tâmega (AMDT), entidade gestora da PPSR, a pensar o futuro deste território.

Fazem parte de um grupo de 16 pessoas que, a 23 de outubro, fez uma visita – organizada pela AMDT, a entidade que gere a PPRSA – à Serra da Aboboreira, para avaliar o impacto dos incêndios. Além dos três cientistas, participaram na visita técnicos dos três concelhos onde a Serra está implantada: de Amarante, Mafalda Alves – chefe do Gabinete Técnico Florestal do Município – e Hélder Ferreira, coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil; de Baião, Dora Pinto – chefe da Unidade da Sustentabilidade – e José Manuel Ribeiro, coordenador Municipal de Proteção Civil; e do Marco de Canaveses, Nuno Barroso – técnico superior do Gabinete Florestal – e Bruno Monteiro, coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil. Os proprietários também estiveram representados: Diogo Cunha, Frederico Carvalho e Peter Hope são donos de quintas na Serra da Aboboreira e querem perceber o que podem fazer para ajudar a prevenir futuros incêndios. A visita foi coordenada por Ricardo Magalhães, secretário-geral da AMDT, com o apoio de Vera Alves e Carlos Teixeira, técnicos da associação. E a equipa da Flor do Tâmega acompanhou-os.

A visita aos locais dos incêndios juntou cientistas e técnicos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses. Foto: Mariana Sá/DR

Técnicos e cientistas concordaram que o diagnóstico e intervenção no período imediatamente a seguir a um incêndio é determinante. É preciso limpar o terreno, para evitar que os restos de matéria queimada se transformem em combustível, e é preciso perceber o que favoreceu e atrasou a propagação do fogo, para aprender como fazer melhor. Mas é um trabalho que tem de ser devidamente acompanhado, porque nem tudo pode ser limpo imediatamente: por exemplo, arrancar troncos de árvores ainda com raízes pode pôr em causa a estabilidade do solo.

E a reflorestação também tem de ser bem planeada. “É muito importante envolver as comunidades nessa tarefa, mas isso não pode ser feito sem supervisão. A proveniência das árvores tem de ser garantida, para termos a certeza de que são saudáveis e não têm uma qualquer patologia”, explica José Manuel Ribeiro, coordenador da Proteção Civil em Baião. E há que garantir que as espécies são as mais adequadas para cada local e que as árvores são plantadas no sítio certo. A entidade que tem a responsabilidade de supervisionar tudo isto é o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que, à data da visita, ainda não tinha produzido quaisquer orientações para a Aboboreira. Os técnicos presentes confirmaram que esse diagnóstico e planeamento da reflorestação está a ser realizado e que esperam indicações do ICNF em breve.

Para Ricardo Magalhães, secretário-geral da AMDT, há que ir deitando mãos à obra e isso passa por agregar gente com diversos interesses e responsabilidades de intervenção na Serra. Mas adverte que esta visita ao terreno é apenas o início do processo: “É um começo, mas falta trazer mais gente à discussão. Queremos ouvir as associações florestais, de criadores e de produtores. E muitos mais proprietários, principalmente os mais antigos. E queremos contar com canais como as juntas de freguesia, as escolas, as associações e as paróquias, para ajudarem a passar informação importante. Envolve todos”. Isto, porque a PPRSA tem uma particularidade: é constituída quase exclusivamente por terrenos privados, um desafio para quem tem de a gerir.

O impacto do fogo no território exige soluções diferentes

Os cerca de 8000 hectares ardidos em setembro não são uma área qualquer: é a parte nuclear deste território, a mais rica e relevante. É o coração da Paisagem Protegida da Serra da Aboboreira. Não ardeu toda da mesma forma, mas há zonas cruciais afetadas. O Alto da Turfeira, onde o incêndio teve a pior severidade, é um dos habitats essenciais para a classificação da PPRSA. “Este é um habitat prioritário”, confirmou João Gonçalves.

Qual é a diferença entre a intensidade e a severidade de um incêndio?

A intensidade é uma medida da energia libertada por um fogo. É um indicador do poder de um fogo, enquanto está ativo. É importante para se avaliar a sua probabilidade de propagação e a estratégia necessária para o conter.
A severidade mede as consequências do fogo e avalia como sua a intensidade afetou as funções e condições ambientais na área afetada. Ou seja, até que ponto um ecossistema foi transformado pela passagem de um incêndio. É uma medida que traduz as alterações duradouras e as consequências ecológicas e contempla fatores como danos no solo, perda de vegetação e alterações nos processos hidrológicos. Estende-se também aos efeitos sobre a biodiversidade e a funcionamento do ecossistema.

Fonte: publicação do projeto Severus.

O investigador do CIBIO coordena, com João Honrado, o projeto Severus, cuja equipa integra também Joaquim Alonso. O projeto monitoriza o impacto dos incêndios a nível nacional, através de informação recolhida por satélite e no terreno, como é o caso desta visita à Serra. A partir daí são produzidos relatórios, que são um recurso essencial para apoiar o restauro dos ecossistemas afetados pelo fogo.

Área da Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira. Fonte: AMDT/DR
Severidade da área ardida na PPRSA. Fonte: projeto Severus/DR

Ir ao terreno permite validar as observações por satélite e perceber os diversos níveis de impacto do fogo. Ou seja, no caso da Serra da Aboboreira, nem todos os locais apresentam o mesmo grau de severidade do Alto da Turfeira. E as estratégias de reflorestação também não são iguais. Uma zona relevante na PPRSA é o Carvalhal da Reixela, onde foram registados danos substanciais, mas onde também é possível comprovar o papel que tem a vegetação comummente conhecida por “bombeira”, como o azevinho e o carvalho, na contenção do fogo. Para João Honrado, confirma-se “a importância que as parcelas de carvalhal podem ter na promoção da segurança das populações e dos bens”. Mas os benefícios não ficam por aqui: “Há ainda potencial para a criação de economias assentes em serviços de produção – como a madeira, lenha ou cogumelos – de regulação – do carbono, da água e do solo – e culturais, como zonas de lazer e recreio e turismo sustentável”, acrescenta.

No Alto da Turfeira o impacto é de severidade máxima. Fotos: Mariana Sá/FT/DR

No Carvalhal da Reixela houve danos substanciais. Foto: Mariana Sá/FT/DR

Já os planaltos das serras da Aboboreira e do Castelo justificam, para João Honrado, uma abordagem particular, “orientada para a gestão da biomassa vegetal, em particular de matos, com o reforço do pastoreio extensivo por animais de raças autóctones”. Para o investigador, esta via tem a vantagem de contemplar uma dimensão social e económica, sem esquecer a salvaguarda do património arqueológico. Já há pastoreio na Aboboreira, mas poderia ser incrementado.

Peter Hope é um dos proprietários e está, precisamente, a implementar um projeto de pastoreio, para prevenir fogos. Diz-nos que vê os animais como “os arquitetos paisagistas da natureza”. Veio de Londres com a família – de um emprego na área tecnológica – para Portugal, que já conhecia e onde já passava férias, acabando por fixar-se na Serra. Frederico Carvalho e Diogo Cunha, os outros dois residentes que participaram na visita, têm histórias semelhantes. Frederico veio com a família de Lisboa para a Aboboreira e – até porque vem da área da Psicologia Educacional – está focado na educação ambiental como estratégia de prevenção e destaca o potencial das Escolas da Floresta. Diogo Cunha veio do Porto, mas antes esteve fora do país a estudar engenharia da água e a trabalhar na agricultura, depois de se ter desiludido com a profissão de professor. Mora com a família em S. Simão, onde cria e implementa soluções de aproveitamento de água e aposta na reflorestação com árvores autóctones. Ao contrário de outras, as propriedades de Peter, do Diogo e do Frederico não sofreram danos nos incêndios. Mas ajudaram a apagar fogos em setembro e defendem que a organização comunitária tem um papel crucial na adoção de práticas de prevenção, de emergência e de regeneração do território.

Os desafios de gerir uma Paisagem Protegida e o valor das comunidades

Os incêndios de setembro deixaram bem à vista a vulnerabilidade da Serra da Aboboreira. Mas há outras dificuldades envolvidas na gestão deste território. Desde logo, por estar implantado em três municípios: Amarante, Baião e Marco de Canaveses. O facto de ser a AMDT, uma entidade intermunicipal, a coordenar a PPRSA facilita o processo, mas, em última análise, cada município tem autonomia para decidir em matérias que não tenham implicação no estatuto de Paisagem Protegida. No caso de Baião, por exemplo, a Câmara já adquiriu cerca de 11 hectares numa zona conhecida como Monte do Pau Pedra. O terreno está a ser reflorestado com carvalhos e castanheiros e abarca património arqueológico. Mas não é uma estratégia seguida pelos outros municípios, pelo menos para já.

O facto de a PPRSA ser constituída essencialmente por terrenos privados também não ajuda, na hora de planear trabalho de prevenção e reflorestação. Em muitos casos, desconhece-se quem são os proprietários e não é fácil fazer esse rastreio. “O RGPD impede-nos de aceder à identificação dos proprietários”, explica José Manuel Ribeiro. E perguntar aos habitantes nem sempre resulta: “Há uma desconfiança compreensível. Temos de trabalhar para ganhar a confiança dos proprietários, principalmente os que estão cá há mais tempo. O nosso maior desafio é a ligação com as comunidades locais. É muito importante que as pessoas sintam a Serra como sua e se sintam parte deste projeto”, adianta Ricardo Magalhães. Mafalda Alves, chefe do Gabinete Técnico Florestal em Amarante, concorda e sabe que essas relações têm de ser cultivadas numa lógica de proximidade, com tempo e muita transparência: “Já passei tardes a conversar e a conhecer os residentes. Sei que não posso chegar e de imediato propor mudanças. Queremos trabalhar com as pessoas”, sublinha.

Tratando-se de propriedade privada, por vezes até abandonada, há trabalho a vários níveis. É preciso sensibilizar os donos das terras para a forma mais adequada de limpar os matos, o que pode ser feito, por exemplo, por via do pastoreio – de animais domésticos e selvagens – e de fogo controlado – que cria pastagens. Porque mais de metade da área ardida em setembro nesta zona (55,8%) corresponde a matos. E o eucalipto teve um peso de 5,8%: ainda que não seja a espécie mais representativa, tem a grande desvantagem de não conter a propagação do fogo. “Era importante que em vez de replantarem eucaliptos, os privados investissem em carvalhos ou castanheiros”, lembra o secretário-geral da AMDT.

Distribuição das diversas espécies na área ardida. Fonte: projeto Severus/DR

Há trabalho a fazer também no acompanhamento da reflorestação, porque não se pode impor a privados a plantação de uma ou outra espécie. Mas há forma de ultrapassar uma eventual falta de adesão: “Não é necessário plantar em toda a extensão que se quer recuperar. Basta plantar três ou quatro bosquetes [pequenos bosques], em colaboração com proprietários que adiram à iniciativa. Depois, os pássaros encarregam-se de, naturalmente, espalhar as bolotas pelo resto do território. Isto costuma ser um processo natural, mas que aqui precisa de alguma ajuda nossa”, explica João Honrado.

Todos – investigadores, técnicos e residentes – defendem o envolvimento comunitário na procura de uma estratégia concertada para prevenir fogos por meio de uma reflorestação devidamente planeada. Até porque, não é certo que – no futuro – haja meios suficientes para combater um incêndio na Aboboreira. Num quadro como o de setembro, em que os três municípios tiveram de combater fogos em zonas habitadas e confluíram na Serra dois incêndios, há que tomar decisões. “Num cenário de insuficiência de meios, temos de estabelecer prioridades. E proteger pessoas e bens tem prioridade”, esclarece Hélder Ferreira, coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Amarante.

Também no combate aos incêndios há margem para melhorar o que já é feito. “Nas freguesias próximas da Serra, tocam os sinos a rebate e a população já tem uma organização informal de defesa e combate ao fogo. Mas temos de contar com os novos residentes, que não estão habituados a isto”, frisa Hélder Ferreira. Confirma que ainda não está apurada a origem dos incêndios e insiste que, independentemente da forma como um fogo começa, temos de pensar em encontrar formas de evitar que se propague. “Não conseguimos controlar as condições climatéricas, como as que favoreceram a propagação dos incêndios em setembro. Isso vai ser uma preocupação crescente, já sabemos. Mas há coisas que podemos fazer. Podemos, por exemplo, criar verdadeiras acessibilidades aos meios de combate, ou seja, deixarmos de ter grandes áreas de floresta contínua. A floresta dividida em mosaicos garante acesso dos meios de combate por todos os lados. E é possível plantar espécies mais resistentes ao fogo”, acrescenta. “Julgo que, no caso da Aboboreira, poderá estar criada, pelas piores razões, uma oportunidade para se criar para as novas gerações uma floresta adaptada e preparada para resistir a incêndios”, remata.

Para João Honrado, esta visita ao terreno demonstrou “a enorme importância da partilha de experiências e em particular da articulação entre os três municípios”, e deixa o desafio de “fazer deste território um laboratório de excelência para testar ações inovadoras de gestão do espaço rural”.

O longo caminho até à classificação de Paisagem Protegida

Foram muitos anos de ideias e trabalho preparatório, coordenado pela AMDT, até à aprovação do estatuto de Paisagem Protegida Regional, em março de 2023. Foi preciso ultrapassar divergências políticas entre os três municípios abrangidos pela Serra da Aboboreira e a visão do Estado sobre o que deve ser uma Paisagem Protegida. Mas a partir de 2005 foram criadas condições para avançar. “Houve um entendimento unânime entre os municípios de que a Serra da Aboboreira tinha de ser classificada”, explica o secretário-geral da AMDT.

Placa que assinala o ponto onde convergem os três municípios na Serra da Aboboreira, inaugurada em 2014. Fonte: AMDT/DR

É preciso remontar a 1978 e à instalação do campo arqueológico da Serra da Aboboreira, por Vítor Oliveira Jorge, arqueólogo e professor aposentado da Universidade do Porto, para situar o despontar do interesse em estabelecer a Aboboreira como um território com algum tipo de proteção especial. Porque não é só de património natural que se trata. A PPRSA abrange uma rede de património histórico e cultural, edificado e imaterial, que pode ser visitado. Durante anos, foi possível visitar o espólio desse campo arqueológico, em Amarante, no Museu Amadeo de Souza Cardoso. As peças deixaram de estar disponíveis ao público e a AMDT não tem informação sobre a sua localização ou o destino que poderá vir a ser-lhes dado. Em Baião, há um Núcleo de Arqueologia no Museu Municipal, com uma exposição permanente, que está temporariamente encerrada. “Mas seria importante não perder de vista este património e, até, pensar-se em reabilitar o campo arqueológico na Serra”, avança Ricardo Magalhães.

Uma proposta de 2000, para a classificação das serras da Aboboreira e do Castelo como Área de Paisagem Protegida (Projeto de Lei n.º 138/VIII) não foi avante, mas a partir de 2005 sucedem-se iniciativas – de associações e do poder local –, projetos, protocolos de cooperação, estudos e relatórios técnicos e um processo de discussão pública, que culminam com a classificação da Serra como PPR, em 2023. “Houve um diagnóstico muito aprofundado do território, nas vertentes natural e cultural, ao longo de 15 anos. Trouxemos a academia e o conhecimento científico para o terreno”, lembra Ricardo Magalhães. O trabalho realizado verteu para as publicações “Serra da Aboboreira: Património, Natureza e Paisagem“, apresentadas em maio de 2014, na Aboboreira, num evento que reuniu os muitos intervenientes no processo.

Apresentação de duas publicações sobre a Aboboreira, em 2014. Fonte: AMDT/DR

“É importante que as pessoas percebam que uma área protegida não é um espaço onde tudo é proibido. Não é como um parque natural, que tem outro tipo de restrições”, esclarece Ricardo Magalhães. “Numa área protegida há uma integração harmoniosa entre o Humano e a Natureza. Estamos a falar de uma Serra que é habitada há 5000 anos”, continua. E regressa à vontade em incluir as comunidades locais: “No processo de discussão pública não houve qualquer contestação. Mas queremos que continue a ser um processo participativo”, garante.

O futuro da Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira está a ser pensado, com vista a usar esta oportunidade para a transformar, como aconteceu na Serra do Marão. Entretanto, os próximos tempos vão ser de diagnóstico e avaliação, porque há que esperar pelas orientações do ICNF. Mas a AMDT não quer ficar de braços cruzados. Quer avançar na sensibilização das populações, na formação e na criação de fóruns de auscultação e abordagens de proximidade e no sonho de criar um Centro de Educação Ambiental. Isto implica ultrapassar alguma resistência e muita burocracia, até se recuperar o que foi perdido. “Vai demorar uns 5 a 7 anos”, prevê Ricardo Magalhães.

Entretanto, a natureza já começou a recuperar e, aos poucos, os javalis, as raposas e os coelhos vão regressando aos seus habitats. Mas ainda não é possível ter a noção exata dos danos que o fogo provocou neste ecossistema e do que será necessário fazer para o recuperar. Há que aguardar por um novo ciclo. João Honrado prevê que “teremos de esperar pela Primavera”.